Um dos fatos mais importantes ocorridos no Brasil nos últimos anos foi a tomada de consciência de nosso estado de subdesenvolvimento e da necessidade e possibilidade de superá-lo.
À medida que essa consciência se aguça, torna-se cada vez mais claro que o subdesenvolvimento se caracteriza como um fenômeno globalizante, tendente a abarcar todos os níveis da vida coletiva.
Através desse processo geral de tomada de consciência, foi que se percebeu não só as insuficiências de nossa estrutura universitária para atender às necessidades do desenvolvimento, mas também que ela, na verdade, consistia numa engrenagem para frear esse desenvolvimento.
Isso se devia a duas atitudes, aparentemente contraditórias, mas que na realidade se completam. Por um lado, o tradicionalismo, apegado às velhas fórmulas e avesso às novidades, repetindo ritualmente, ano após ano, soluções tornadas sagradas pelo simples fato de serem tradicionais. E, por outro lado, a imitação alienante de modelos estrangeiros, tornada também sagrada mas agora por terem "dado certo" em outros lugares.
Esta coleção tem justamente o propósito de ajudar a que esse estado de coisas tenha fim, integrando-se no esforço renovador da nova Universidade brasileira, esforço em que estão especialmente empenhadas as gerações mais jovens de professores e alunos.
Tem, portanto, esta coleção, um sentido imediato duplamente democrático, por assim dizer: primeiro, permitindo aos que estudam as várias disciplinas das Ciências Sociais o acesso fácil a textos fundamentais nos respectivos campos e, segundo, selecionando esses textos exclusivamente à base de sua importância e representatividade, independentemente da corrente científica, filosófica ou política a que se filiem seus autores. Pretende, com isso, contribuir, a longo prazo, para dar condições a estudantes e estudiosos de elaborarem esquemas de interpretação mais e mais adequados à nossa realidade.
Uma coleção assim concebida não pode, é evidente, ficar presa aos padrões tradicionais de elaboração do livro em nosso país. Ela não tentará impor aos que estudam Ciências Sociais qualquer classificação "lógica" de temas e disciplinas, apesar do que isso pudesse representar de didático. Muito menos tentará impor textos pensados por seus diretores.
Ao invés disso, proporá um esquema de orientação das publicações permanentemente sujeito a alterações - a fim de evitar um topicismo sem consequências, buscando um diálogo amplo com a nova Universidade brasileira, na medida em que pretende ir de encontro às suas necessidades, oferecendo textos que abordem: a) temas relacionados à compreensão de nosso processo de desenvolvimento, inclusive a problemática ligada ao controle racional desse processo (planejamento); b) a conceituação utilizada pelas Ciências Sociais em geral e pelos seus diversos ramos e sub-ramos; c) a metodologia das Ciências Sociais e o instrumental técnico de levantamento e interpretação de dados; d) as grandes orientações teóricas vigentes e, finalmente, e) o estudo dos grandes clássicos da Ciência do Homem e das vinculações de suas formulações com as grandes orientações mencionadas no item anterior.
À medida que essa consciência se aguça, torna-se cada vez mais claro que o subdesenvolvimento se caracteriza como um fenômeno globalizante, tendente a abarcar todos os níveis da vida coletiva.
Através desse processo geral de tomada de consciência, foi que se percebeu não só as insuficiências de nossa estrutura universitária para atender às necessidades do desenvolvimento, mas também que ela, na verdade, consistia numa engrenagem para frear esse desenvolvimento.
Isso se devia a duas atitudes, aparentemente contraditórias, mas que na realidade se completam. Por um lado, o tradicionalismo, apegado às velhas fórmulas e avesso às novidades, repetindo ritualmente, ano após ano, soluções tornadas sagradas pelo simples fato de serem tradicionais. E, por outro lado, a imitação alienante de modelos estrangeiros, tornada também sagrada mas agora por terem "dado certo" em outros lugares.
Esta coleção tem justamente o propósito de ajudar a que esse estado de coisas tenha fim, integrando-se no esforço renovador da nova Universidade brasileira, esforço em que estão especialmente empenhadas as gerações mais jovens de professores e alunos.
Tem, portanto, esta coleção, um sentido imediato duplamente democrático, por assim dizer: primeiro, permitindo aos que estudam as várias disciplinas das Ciências Sociais o acesso fácil a textos fundamentais nos respectivos campos e, segundo, selecionando esses textos exclusivamente à base de sua importância e representatividade, independentemente da corrente científica, filosófica ou política a que se filiem seus autores. Pretende, com isso, contribuir, a longo prazo, para dar condições a estudantes e estudiosos de elaborarem esquemas de interpretação mais e mais adequados à nossa realidade.
Uma coleção assim concebida não pode, é evidente, ficar presa aos padrões tradicionais de elaboração do livro em nosso país. Ela não tentará impor aos que estudam Ciências Sociais qualquer classificação "lógica" de temas e disciplinas, apesar do que isso pudesse representar de didático. Muito menos tentará impor textos pensados por seus diretores.
Ao invés disso, proporá um esquema de orientação das publicações permanentemente sujeito a alterações - a fim de evitar um topicismo sem consequências, buscando um diálogo amplo com a nova Universidade brasileira, na medida em que pretende ir de encontro às suas necessidades, oferecendo textos que abordem: a) temas relacionados à compreensão de nosso processo de desenvolvimento, inclusive a problemática ligada ao controle racional desse processo (planejamento); b) a conceituação utilizada pelas Ciências Sociais em geral e pelos seus diversos ramos e sub-ramos; c) a metodologia das Ciências Sociais e o instrumental técnico de levantamento e interpretação de dados; d) as grandes orientações teóricas vigentes e, finalmente, e) o estudo dos grandes clássicos da Ciência do Homem e das vinculações de suas formulações com as grandes orientações mencionadas no item anterior.