Dominação e Mudança: libertação na teologia de Leonardo Boff

Uma questão altamente relevante é aquela que diz respeito à errônea e equivocada crítica em relação ao possível conflito entre Igreja-Instituição e Igreja-Base, isto é, entre as cúpulas hierárquicas e as comunidades eclesiais de base. Ou ainda: o choque que existiria entre a Igreja-Oficial e a Igreja-Popular. Não há e nem pode haver essencialmente conflito, nos dias correntes, entre Instituição e Bases. A hierarquia e as bases estão identificadas, em todos os seus estratos mais significativos, em torno da promoção da Nova Igreja, que nasce da fé do povo e com ele partilha a sua esperança e o seu amor. Cardeais e operários, bispos e freiras, diáconos e intelectuais, padres e professores ativam-se, em um mesmo plano, defendendo os valores mais concretos da expressão religiosa, angulados para a prática de uma sociedade menos violenta, mais fraterna. Igreja para todos os cristãos a partir dos pobres, devolvendo-lhes a esperança da vida e a promessa do Reino. A antiga prédica cede lugar à nova prática de uma Igreja redeificada e não mais reificada.