Blasco-Ibañez, romancista espanhol (1867-1928), autor de vários livros de aventuras, foi ele próprio um aventureiro incorrigível, que se gabava de "homem da pena e da espada". Irrequieto e irreverente por temperamento, já aos dezoito anos de idade publicou um soneto que lhe valeu seis meses de prisão, e dois anos mais tarde envolveu-se num complô que o levou a refugiar-se em Paris. Voltou à Espanha após a anistia de 1891, e fundou em Valência, sua terra natal, o jornal O Povo, mais uma arma de suas lutas republicanas.
Preso político em 1896, elegeu-se deputado no ano seguinte e por seis legislaturas consecutivas, até 1909, quando houve por bem renunciar ao seu mandato e afastar-se da vida pública. Em 1910 encabeçou uma leva de trabalhadores para a Patagônia, onde fundou uma colônia com o nome de Cervantes; daí saiu, anos depois, para fundar no norte da Argentina outra colônia, Nova Valência. Em 1914 passou a residir em Paris, atuando como jornalista e propagandista da guerra aliada. Começou então a publicar sua História da Guerra Européia,em nove volumes.
Retornando à Espanha, de novo saiu ante o advento da ditadura, e deu então início a um trabalho de proselitismo anti monarquista, que chegou ao auge com um panfleto contra o rei Alfonso XIII, que foi lançado de aeroplanos sobre as cidades, e um livro, Pela Espanha e Contra o Rei, publicado em Paris em 1924, o que por pouco não resultou num "caso" diplomático mais sério.
Seguidor confesso de Émile Zola e dos "veristas", escreveu folhetins que se publicaram em jornais da Espanha e da América Latina, sempre margeando o épico e o ingênuo, com personagens não muito aprofundados psicologicamente; este tipo de personagens adapta-se bem ao cinema, e alguns dos seus romances foram filmados e como filmes fizeram sucesso.
Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse foram cartaz do cinema mudo, com Rodolfo Valentino, e depois, com Glenn Ford, do cinema falado. Esta é a história de um francês e um alemão, que se casam com as filhas de um rico proprietário de bens de raiz na América Espanhola.
Blasco-Ibañez, que tirou para este seu romance o título de uma tela de Dürer, aproveita as discussões que vêm à baila, entre os cunhados, para sugerir um permanente conflito de visões de mundo, entre a França e a Alemanha, o que teria tornado inevitável a guerra entre os dois países. Este romance foi imediatamente traduzido e muito difundido, nos Estados Unidos e na Inglaterra, e há quem lhe atribuía alguma influência no respaldo popular à entrada dos norte-americanos no conflito europeu, na Primeira Guerra Mundial.
Como essa espécie de intransigência recíproca franco-alemã voltou a assumir aspectos beligerantes em 1939, com a Segunda Guerra Mundial, e queira Deus que não se aguce de novo em beligerâncias de um terceiro conflito global, mais perigoso agora com as sofisticadas armas nucleares teleguiadas, a leitura deste romance de Blasco- Ibañez talvez ajude o leitor a buscar uma explicação filosofal, por assim dizer, de um conflito a que certamente não faltam outros componentes, bem menos românticos. Blasco-Ibañez foi agraciado, pelo governo da França, com o título de Cavaleiro da Legião de Honra.
Preso político em 1896, elegeu-se deputado no ano seguinte e por seis legislaturas consecutivas, até 1909, quando houve por bem renunciar ao seu mandato e afastar-se da vida pública. Em 1910 encabeçou uma leva de trabalhadores para a Patagônia, onde fundou uma colônia com o nome de Cervantes; daí saiu, anos depois, para fundar no norte da Argentina outra colônia, Nova Valência. Em 1914 passou a residir em Paris, atuando como jornalista e propagandista da guerra aliada. Começou então a publicar sua História da Guerra Européia,em nove volumes.
Retornando à Espanha, de novo saiu ante o advento da ditadura, e deu então início a um trabalho de proselitismo anti monarquista, que chegou ao auge com um panfleto contra o rei Alfonso XIII, que foi lançado de aeroplanos sobre as cidades, e um livro, Pela Espanha e Contra o Rei, publicado em Paris em 1924, o que por pouco não resultou num "caso" diplomático mais sério.
Seguidor confesso de Émile Zola e dos "veristas", escreveu folhetins que se publicaram em jornais da Espanha e da América Latina, sempre margeando o épico e o ingênuo, com personagens não muito aprofundados psicologicamente; este tipo de personagens adapta-se bem ao cinema, e alguns dos seus romances foram filmados e como filmes fizeram sucesso.
Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse foram cartaz do cinema mudo, com Rodolfo Valentino, e depois, com Glenn Ford, do cinema falado. Esta é a história de um francês e um alemão, que se casam com as filhas de um rico proprietário de bens de raiz na América Espanhola.
Blasco-Ibañez, que tirou para este seu romance o título de uma tela de Dürer, aproveita as discussões que vêm à baila, entre os cunhados, para sugerir um permanente conflito de visões de mundo, entre a França e a Alemanha, o que teria tornado inevitável a guerra entre os dois países. Este romance foi imediatamente traduzido e muito difundido, nos Estados Unidos e na Inglaterra, e há quem lhe atribuía alguma influência no respaldo popular à entrada dos norte-americanos no conflito europeu, na Primeira Guerra Mundial.
Como essa espécie de intransigência recíproca franco-alemã voltou a assumir aspectos beligerantes em 1939, com a Segunda Guerra Mundial, e queira Deus que não se aguce de novo em beligerâncias de um terceiro conflito global, mais perigoso agora com as sofisticadas armas nucleares teleguiadas, a leitura deste romance de Blasco- Ibañez talvez ajude o leitor a buscar uma explicação filosofal, por assim dizer, de um conflito a que certamente não faltam outros componentes, bem menos românticos. Blasco-Ibañez foi agraciado, pelo governo da França, com o título de Cavaleiro da Legião de Honra.