"Em noites especiais, na velha Salvador, quando faltava luz, meu avô Iacov, imigrante nascido em Iampol, Ucrânia, contava histórias que soavam terríveis, exóticas e encantadas."
Em 1993, Esther Largman surpreendeu com o lançamento do livro Jovens polacas, a história das prostitutas judias que vieram para o Brasil no início do século, enfrentando os códigos sociais e desobedecendo às leis da religião: "Não haverá rameira entre as filhas de Israel", dizem as Escrituras Sagradas.
As histórias de Tio Kuba Nos Trópicos também envolvem as tradições judaicas e os preconceitos de uma Europa ameaçadora. Neste livro, a autora avisa que os relatos são reais, e os nomes, para preservar a identidade dos descendentes, fictícios. Já nas linhas iniciais de Tio Kuba, fica claro que se trata de uma saga familiar: os Latnik e os Ader, duas famílias européias que se fundem debaixo do sol tropical.
O personagem-título, Iânkel Ader, mais conhecido pelo apelido de Kuba, polonês galiciano que lutou no exército do Império Austro-Húngaro. Sem medalhas, inventou histórias para fugir das baionetas e, simulando loucura, conseguiu ser mandado de volta para casa. Não por covardia, mas para manter-se fiel ao mandamento de Deus. "Não matarás", ordena o Senhor.
No final da guerra, Tio Kuba decide emigrar para o Brasil, e escolhe a cidade de Salvador para morar. Enfrenta o calor, se deslumbra com a vegetação e a luminosidade e procura se adaptar ao novo cenário. Quer entender os sons. Para não deixar dúvidas sobre sua coragem, não foge de um encontro com Lampião.
As tragédias e as alegrias dos Latnik, que abandonaram a Cazária, na planície do Volga, para fugir dos pogroms russos, também são registradas com emoção por Esther Largman. Em suas pesquisas, ela reuniu passaportes antigos, documentos pessoais, fotografias e relatos repetidos de geração para geração para contar não somente as histórias de sua família, mas para montar com precisão um grande painel da emigração e da saga dos judeus nos séculos XIX e XX.
Em 1993, Esther Largman surpreendeu com o lançamento do livro Jovens polacas, a história das prostitutas judias que vieram para o Brasil no início do século, enfrentando os códigos sociais e desobedecendo às leis da religião: "Não haverá rameira entre as filhas de Israel", dizem as Escrituras Sagradas.
As histórias de Tio Kuba Nos Trópicos também envolvem as tradições judaicas e os preconceitos de uma Europa ameaçadora. Neste livro, a autora avisa que os relatos são reais, e os nomes, para preservar a identidade dos descendentes, fictícios. Já nas linhas iniciais de Tio Kuba, fica claro que se trata de uma saga familiar: os Latnik e os Ader, duas famílias européias que se fundem debaixo do sol tropical.
O personagem-título, Iânkel Ader, mais conhecido pelo apelido de Kuba, polonês galiciano que lutou no exército do Império Austro-Húngaro. Sem medalhas, inventou histórias para fugir das baionetas e, simulando loucura, conseguiu ser mandado de volta para casa. Não por covardia, mas para manter-se fiel ao mandamento de Deus. "Não matarás", ordena o Senhor.
No final da guerra, Tio Kuba decide emigrar para o Brasil, e escolhe a cidade de Salvador para morar. Enfrenta o calor, se deslumbra com a vegetação e a luminosidade e procura se adaptar ao novo cenário. Quer entender os sons. Para não deixar dúvidas sobre sua coragem, não foge de um encontro com Lampião.
As tragédias e as alegrias dos Latnik, que abandonaram a Cazária, na planície do Volga, para fugir dos pogroms russos, também são registradas com emoção por Esther Largman. Em suas pesquisas, ela reuniu passaportes antigos, documentos pessoais, fotografias e relatos repetidos de geração para geração para contar não somente as histórias de sua família, mas para montar com precisão um grande painel da emigração e da saga dos judeus nos séculos XIX e XX.