Ele é o espião que veio do calor, um camaleão penetra no baile pop, capaz de assumir a cor local de seus descendentes, sejam eles da friorenta Inglaterra ou dos 40 graus à sombra da Baixada Fluminense. Híbrido da tropicaliente ilha caribenha da Jamaica (numa linha evolutiva que vem do mento, do rock-steady e do ska, sempre em intercâmbio com os soul brothers do Norte), o reggae botou pra dançar o planeta, movido a fumaça de ganja e filosofia rasta. Impulsionado por um capitalismo local que resolveu investir na música das favelas de sua terra, o reggae deitou falação contra as injustiças, invadiu as pistas, imantou exércitos do surf e não morreu na praia. Mesmo desfalcado de seu ídolo maior, Bob Marley, abatido em pleno apogeu por um câncer, aos 36 anos, em 1981. Quando tudo parecia outra moda londrina, enquanto o britpop não fabricava nova geração Beatles/Stones ou Zeppelin/Sabbath, eis que o discípulo de Jah e inimigo da Babilônia, que já antecipava o rap no toast, metralha palavras de (des)ordem num ritmo alucinógeno e dá partida no raggamuffin, orienta o dancehall.
Todo o trajeto desse som fascinante que se espalhou pelo mundo a partir dos anos 1970. Das origens de Bob Marley ao raggamuffin, chegando à São Luís do Maranhão, da Tribo de Jah, e às praias brasileiras de Gilberto Gil, Paralamas do Sucesso, Cidade Negra e Skank.
Todo o trajeto desse som fascinante que se espalhou pelo mundo a partir dos anos 1970. Das origens de Bob Marley ao raggamuffin, chegando à São Luís do Maranhão, da Tribo de Jah, e às praias brasileiras de Gilberto Gil, Paralamas do Sucesso, Cidade Negra e Skank.